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História

O corset surgiu no século XVI para dar suporte e ajudar a controlar as formas da mulher, modificando seu corpo, deixando a cintura mais marcada, o busto e quadril ressaltados. Porém há relatos na antiguidade e na Idade Média de que existiam métodos mais simples - amarrações de faixas sobre o busto e na cintura - para obter o mesmo resultado do corset.

 

Segundo Béatrice Fontanel (1998: 9), “no início do segundo milênio antes de Cristo, as cretenses usavam um corpete que sustentava seus seios pela base e que os levantava, espetaculares e completamente nus”. A Deusa com serpentes era a figura daquele ideal feminino. Na Grécia, desde o início do primeiro milênio, as mulheres usavam tiras em cima do busto que com o tempo foram ficando mais largas. A preocupação dessa época era manter o busto firme.

 

No início do Império Romano, as mulheres também usavam faixas sobre os seios com o objetivo de diminuí-los e impedir seu crescimento. Com a queda do Império Romano essa preocupação desaparece e elas passam a deixar seus seios mais livres sob as roupas. 

 

As roupas voltam a ficar mais justas nos séculos XII e XIII. Os alfaiates passam a desenvolver vários modelos bem ajustados ao corpo, que comprimiam o busto até escondê-los e com amarrações.

 

Surge um "pseudo-corset" nos séculos XIII e XIV, com amarrações unidas a materiais mais rígidos que foram acoplados ás vestes. Depois do "pseudo-corset" surgiu uma nova ideia que era o kirtle: um "colete vestido" que era usado por baixo das roupas e reforçado com cordas como barbatanas e amarrado na frente.

Deusa com Serpentes
kirtle

No século XV, as mulheres passam a usar uma faixa como um cinto sobre os seios, que era confortável e acomodava bem.

A moda dos decotes bem profundos e que mostravam a metade do busto se iniciou com a rainha da França, Isabeau da Baviera. Esse modelo de corset ajudava a sustentar o busto e o erguia, chamando mais atenção para o decote.

 

Ainda neste século, separaram a idéia dos "vestidos" usados por baixo das vestes, assim ficava um corpete que poderia ser mais justo e uma saia mais volumosa e esvoaçante que seria usada junto com as anáguas e crinolinas. Logo depois dessa separação criaram uma peça única para marcar o corpo e que tornava desnecessário todas essas roupas. A partir daí surge o corset bem estruturado, feito com hastes de prata, marfim, osso de animal ou até de madrepérola entre os vários colchetes e ilhóses. 

 

Na Europa, no século XVI, o vestuário adquiriu cores mais escuras e rígidas. Eles tinham a intenção de expôr as qualidades da alma em uma postura elevada e nobre. A região abdominal era sem acúmulo de tecido adiposo e o busto erguido. Esse conjunto fazia com que as mulheres dessa época tivessem uma postura física ereta.  Para isso usavam um tecido bem pesado e engomado que era mantido no lugar com barbatanas de madeira não flexíveis e para manter ainda mais essa forma, era introduzida uma estreita placa de madeira ou marfim na frente do corset.

 

No reino de Henrique II, aparece um corset pespontado cops–piqué, que elimina o ventre, afina a cintura e dá ao busto o aspecto de um cone. Esse era padrão de beleza na Idade Média por representar a fertilidade em uma época em que várias mortes haviam acontecido por causa da peste negra. A peça era estruturada com uma haste chamada busk, uma lâmina que poderia pesar até um quilo, que era costurada no corset e que permitia fechar ou abrir assim era mais fácil à remoção da peça nas refeições. Esse busk poderia ser feito de marfim, de madrepérola gravada, prata ou de osso de peru.

 

As roupas no século XVII continuam rígidas, porém, começam a ser utilizadas as barbatanas de baleia e com isso a peça fica mais maleável e as formas ficam mais naturais.  Nessa época começa a prática do tight lacing, que é o uso diário do corset por várias horas.

 

Em 7 de setembro de 1675, na França, as mulheres obtiveram permissão para fabricar corsets, o que antes só poderiam ser feitos por alfaiates homens, mas mudou após as denúncias de que os alfaiates enquanto tiravam medidas, apalpavam as suas clientes. Com a permissão para mulheres poderem desenvolver os corsets, elas poderiam desenvolver algo mais confortável por entender mais da forma feminina.

 

Nesse período as mulheres eram acusadas de praticar pecados de nível leve até mortal, dependendo do tamanho do seu decote. Moralistas alegavam que as roupas eram muito indecentes e exageradas, no que diz respeito ao tamanho dos decotes e dos lumes na região do quadril. Depois da saída de Luís XVI do poder no século XVIII, a sociedade se torna mais livre das restrições e com isso decotes aumentam ainda mais.

 

No século XVIII os corsets eram mais leves e com desenhos mais clássicos. Os materiais utilizados eram mais flexíveis do que os dos séculos anteriores e com isso mais confortáveis. As barbatanas não ficavam mais sobre os seios e sim abaixo para evidenciar mais o busto.

 

Com o tempo os corsets ficaram mais apertados e deixando as formas do corpo como uma ampulheta e nem as crianças eram deixadas de fora dessa moda.  A partir dos doze ou treze anos de idade as meninas começavam a usar o corset para ter uma postura física mais ereta.

 

O corset nessa época significava superioridade e só os nobres usavam e as camponesas utilizavam os corsets antigos originários da corte medieval, amarrados na frente, ao contrário dos corsets dos nobres, que para amarrar era preciso ajuda de empregados, pois suas amarrações eram nas costas.

 

No final do século XVIII, acontece a substituição parcial do corset por roupas mais transparentes, decotadas e de tecidos finos como musselinas e tules. As mulheres que ainda optaram em usar corsets, usavam-nos em uma estrutura mais leve, sem barbatanas e coberto com veludo ou cetim.

 

Os decotes no início do século XIX eram usados de acordo com a ocasião. A burguesia usava roupas fechadas até o queixo, mas era imperdoável ir a ópera ou a um grande evento à noite sem um grande decote.

 

Em 1815 um espartilheiro chamado Leroy criou um modelo de barbatana que possibilitou a moda dos seios separados e assim o decote aumentou e a cintura voltou para o seu lugar e não para abaixo dos seios como era antes.

 

Um médico do exército francês inventou o ilhós metálico. E em 1828 os ilhóses passaram a ser usados nos corsets.

 

Em 1823 um corset mecânico foi criado por Josselin que permitia que as mulheres pudessem desatar o corset sem ajuda de outra pessoa.Em 1840 foram criados cordões elásticos para facilitar a remoção da peça.

Em 1846, o corset tornou-se um produto de massa, a maioria das mulheres tinha um.  Os corsets eram mais flexíveis permitindo que o gênero feminino realizasse os serviços de casa. O corset era muito usado principalmente depois que as mulheres tinham bebês, para manter as formas no lugar.  Nesse período o busk em forma de colher foi muito utilizado.

 

No período Belle Époque (1870), a forma do corpo muda e vira um S. Os corsets chegam a cobrir o quadril, as barbatanas não são mais de baleias e sim de aço, anáguas são eliminadas do vestuário ao poucos, crinolinas foram trocadas pela famosa bunda de Paris (tournure).

 

 

Belle Époque
Busk em formato colher
tournure

O corset fica mais apertado e ganha ligas para prender as meias em 1878.  Surgem em 1885 seios artificiais que eram adaptáveis para corset e que podiam ser inflados. Em 1890, as meninas são proibidas de usar o corset na escola em alguns países. Com o interesse das mulheres por esportes neste mesmo ano, é desenvolvida uma peça mais leve, com menos barbatanas e em alguns casos nenhuma. Em 1900, surge um corset bastante adornado com fitas, sementes e mais estruturado Com as discussões sobre o uso do corset, a peça diminui e fica mais maleável, mas com o tempo ele chega até a altura dos joelhos atrapalhando para sentar.

 

Com a Primeira Guerra Mundial e as mulheres assumindo os trabalhos dos homens nas fábricas e campos, o corset foi substituído pelo sutiã e cintas. Até os nobres não contavam mais com vários corsets como antigamente e com o tempo o sutiã vira o companheiro inseparável das mulheres. 

 

Com as discussões sobre o uso do corset, a peça diminui e fica mais maleável, mas com o tempo ele chega até a altura dos joelhos atrapalhando para sentar.

Só depois da Segunda Guerra voltou a moda da cintura marcada. Para tal foi criado um corset curto e o moderador de cintura-de-vespa, que virou moda na época, mas logo foi deixado de lado por cintas feitas de malha e levemente reforçadas para marcar a cintura. Com um forro metálico que incomodava bastante na área da virilha. E vinte anos depois aparece o primeiro corset de malha.

 

Nos anos 70 e 80, estilistas conhecidos como Vivienne Westwood e Jean-Paul Gaultier voltam com o corset, mas era mais usado por estrelas de cinema, cantores,

em teatros, góticos, punks e fetichistas.

 

Hoje em dia tem mulheres que usam corset por beleza, por ser feminino, para correção da postura física, mas existem feministas que argumentam de várias formas que o corset não faz bem a saúde e que prende as mulheres a um comportamento antigo e ultrapassado. Respeito à opinião das feministas, porém penso que usar um corset atualmente é muito mais uma questão de estilo e também para afinar à cintura, mas sem exageros como antes.

Cintura-de-vespa

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